sexta-feira, 2 de novembro de 2012

''Welcome" - Supreme cap. 1

''Eu posso dizer, seus olhos não mentem'' - I Found You


Depois de uma noite mal dormida, não seria surpreendente encontrar no espelho um rosto cheio de olheiras. Tentei lavar o rosto mas de nada resolveu, o jeito é usar aquelas porcarias que as pessoas usam pra esconderem quem elas são realmente. Maquiagem. Prendi meus cabelos em um coque e me despi entrando na água gélida. Meu pai é tão vagabundo que gasta todo o dinheiro das contas em bebidas e prostitutas baratas que não se dão o respeito de vender o corpo por menos de cem dólares. O que me mantem viva nessa vida de merda é minha tia Lucy. Ela não mora aqui, infelizmente mas todo mês ela deposita uma quantia em minha conta.
Mas a dois meses descobri que meu pai tira dinheiro da mesma pra sustentar seu vicio ridículo. E por consequência não pagou a conta de água. Me livrei de meus devaneios logo me enrolando na toalha. Procurei uma roupa qualquer, apesar de ser meu primeiro dia nesse tal colégio particular. Minha tia me matriculou lá segundo dizendo ser mais seguro e garante meus estudos. Mas cara, estamos no meio do semestre, ela podia ter esperado pelo ano que vem, não? 

Me pus dentro de um jeans surrado, uma blusa caída nos ombros escritos ''Ramones'' na frente e meus all stars. Soltei os cabelos agora um pouco enrolados por conta do coque e desci as escadas encontrando um ser repugnante e doador de esperma esparramado no sofá e
inalando álcool até onde não se imagina.
- Onde vai ? - perguntou James com os olhos entreabertos.
- Não te interessa - disse indiferente. Ele nem sabia que eu tinha mudado de colégio, é.
- Jullia não deve falar assim com seu pai - esbravejou ele com a voz embargada, bêbado é a merda mesmo.
- Não te devo satisfações, afinal nem pra papel de pai você serve, então não venha me dizer como agir! - peguei uma maçã e sai batendo a porta forte.

Me arrependi de não ter pego um casaco. Isso que dá não olhar pela janela a fora todos os dias. O céu estava cinzento e uma brisa batia contra meus braços desnudos me arrepiando. O caminho era deserto, nem parecia uma segunda-feira de março. Folhas de arvores iam junto com meus fios de cabelo que decidiu se rebelar hoje. As poucas pessoas que ali caminhavam, aparentavam ter uma vida feliz, suas feições expressavam isso. Mas seus olhos não omitiam a verdade de forma alguma. Podiam ter o dinheiro que for, mas não tinham o mais importante, a felicidade. E eu bom, só era mais uma nos meio daqueles infelizes. Fi quei tanto tempo prestando atenção em coisas fúteis que nem notei que tinha chegado nos portões em cor creme daquele lugar.

Todos ali se encontravam em grupos, aqueles de sempre sabe? Cheerleaders siliconadas cheirando a água oxigenada, ressaltando que elas se vestem como se fossem pra algum bordel, jogadores de todo tipo, nerds, roqueiros, estranhos e tantos outros.

É Jullia Monroe, bem-vinda á Stratford School District ou não tão bem vinda assim.

Um comentário:

  1. hey, vc sumiu. sou do blog http://looveeimaginebelieber.blogspot.com.br/ sinto sua falta. beijos

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